quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Esperança

Eu sei, ó Senhor, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos." 
"...guia-me por veredas planas..."

Precisei deixar de ser deus,
Para que Deus eu pudesse ver,
Atravessei a vida em meio a tantas
Tempestades, redemoinhos ergueram-se diante de mim.

Meu barco em alto mar,
Ondas gigantes prestes a submergir
Meu leme quebrou
Minha alma a dor conheceu.

Dor, oh dor
Dor que dói e faz doer
Leva sonhos
Rompe meu ser, leva consigo a vida
Vagueio pelo mundo, alma perdida
De olhos abertos, a busca pela paz.

Por um instante, acho que sei o que é paz
Mas, logo vem a tormenta
De volta a montanha russa
Ora estou por cima, desço numa velocidade
Vazio, é tudo que resta.

Muralhas erguidas, tão altas são.
Sou tão pequena, não posso romper...
Ouço uma voz
Do alto ela vem
É o meu socorro
O guarda de Israel
Livre estou.


Óleo

"Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus...de bondade..." (Cl 3.12)

Conta-se a história de um homem que levava sempre consigo uma latinha de óleo, e, se passava por uma porta que rangia, punha um pouco de óleo nos seus gonzos. Se um portão estava difícil de abrir, punha óleo em seus ferrolhos. Assim passava ele pela vida, lubrificando todos os pontos difíceis e suavizando-os para os que vinham atrás dele.

O povo chamava-o de excêntrico, esquisito e amalucado, mas o velho prosseguia firmemente, reabastecendo a lata de óleo quando se esvaziava e lubrificando as coisas emperradas que encontrava.

Há muitas vidas que rangem e ficam presas no viver de cada dia. Nada vai bem com elas. Precisam de um pouco de óleo da alegria, da delicadeza, da consideração. Você tem uma lata de óleo consigo? Esteja preparado com o óleo do auxílio, logo de manhã, para utilizá-lo com a pessoa que estiver mais perto. Aquele pouco óleo poderá ser útil para lubrificar todo o seu dia. O óleo do bom ânimo, para o que está desanimado - quando poderá significar! A palavra de coragem ao que está sem esperança. Fale-a.

Nossas vidas tocam algumas vidas apenas uma vez, nessa caminhada; e depois os caminhos se separam para nunca mais se encontrarem. O óleo da benignidade, ou seja, da suavidade, da brandura, já abrandou as bordas agudas e cortantes de muitas vidas endurecidas pelo pecado, deixando-as suaves, maleáveis, prontas para a graça redentora do Salvador.

Uma palavra dita de modo agradável é como uma grande réstia de sol num coração triste. "Dê aos outros o sol;conte o resto a Jesus."
"Amai-vos cordialmente uns aos outros..." (Rm 12.10)
"...o fruto do Espírito é...benignidade..." (Gl 5.22)

Oração

"Pedro, pois, estava guardado no cárcere; mas havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor dele." (At 12.5)

Pedro estava preso, aguardando a execução. A igreja não tinha nem poder humano nem influencia, para livrá-lo. Não havia auxílio terreno, mas havia socorro a ser obtido do Céu. Ela se entregou à oração, fervente e insistente. Deus mandou seu anjo que acordou a Pedro e o levou para fora, passando pela primeira e segunda sentinelas da prisão; e quando chegaram à porta de ferro, ela se abriu diante deles por si mesma e Pedro ficou livre.

Pode haver na sua vida algum portão de ferro que esteja barrando a sua passagem. Como um pássaro engaiolado, você muitas vezes tem se debatido contra as suas  grades, mas em vez de melhorar a situação, você tem apenas ficado exausto e deprimido. Há um segredo para você aprender, e é o da oração em fé e quando chegar à porta de ferro, ela se abrirá por si mesma. Quanta energia desperdiçada e quanto desapontamento amargo serão poupados, se você aprender a orar como orava a Igreja no cenáculo! As dificuldades intransponíveis desaparecerão; as circunstâncias adversas provar-se-ão favoráveis; se você aprender a orar, não com a sua própria fé, mas com a fé que provém de Deus. Há almas aprisionadas que estão esperando há anos que as portas se abram; há entes queridos, sem Cristo, amarrados por Satanás, que serão libertos quando você orar e crer definidamente em Deus.

As emergências nos chamam à oração intensa. Quando o próprio homem se torna a sua oração, nada pode resistir ao seu toque. Elias no Carmelo prostrou-se em terra com o rosto entre os joelhos; isso era oração - o próprio homem era oração. Não conhecemos as palavras que disse. A oração pode ser intensa demais para palavras. Todo o seu ser estava tocando a Deus, e estava em posição com Deus contra os poderes do mal. E estes não puderam resistir a tal oração. Há necessidade de mais dessa oração, oração que envolve o próprio homem.
"Gemidos inexprimíveis são, muitas vezes, orações que não podem ser recusadas."

Sua alma entrou em ferro (Sl105.16-tradução inglesa)

         Invertamos a ordem, e teremos em linguagem nossa: "Ferro entrou em sua alma." E não é isto uma verdade? Que o sofrimento e a aprovação, o jugo suportado na mocidade, a repreensão forçada na alma, todas essas coisas conduzem a uma tenacidade férrea e a firmeza de propósito? Sim, e também a fortaleza e a capacidade de suportar as dificuldades-qualidades essas que são o indispensável alicerce e a estrutura de um caráter nobre.
         Não se retraia ao sofrimento; aceite-o, suporte-o silenciosa e pacientemente; e esteja certo de que a maneira de Deus infundir ferro na sua vida espiritual. O mundo quer punhos de ferro, energias de ferro, nervos de ferro e músculos de ferro. Deus quer santos de ferro. E como não há outra maneira de introduzir ferro em nossa natureza senão através do sofrimento, ele nos deixa sofrer.
         Será que os melhores anos da sua vida estão se passando em forçada monotonia? Você é assediado por oposições, mal-entendidos e zombaria, que estorvam o progresso, como o pioneiro na mata virgem é embaraçado pelos cipós à sua  frente? Então tome alento. O tempo não é perdido. Deus o está colocando no regime do ferro. A coroa de ferro do sofrimento precede a coroa de outra da glória. E o ferro está entrando em sua alma para fazê-la (o) forte e corajosa (o).

Com tua mão segura bem a minha,
Pois eu tão frágil sou, ó Salvador,
Que não me atrevo a dar nem um só passo
Sem teu amparo, meu Jesus, Senhor!



segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Entre a fé e o mundo

Depois de um longo verão, eis que volto. As vezes a hibernação é saudável. E o desejo é o de sempre...compartilhar. Senta que lá vem história.

Alguns meses atrás confrontei-me, olhando no espelho eu quis saber: O sábio é aquele que ensina o que sabe? Compreendi que sábio é aquele que ensina o que sabe e vive o que ensina! E partindo desse entendimento, será que estou vivendo o que "ensino"? Estou sendo sábio ou tolo?

Alguns meses passados de uma visita que fiz ao Centro Cultural do BNB, recordo de um livro que la eu li: Caim - de José Saramago. O que posso dizer a respeito do livro. Fiz uma viagem aos primeiros livros da Bíblia do Éden ao dilúvio, imprimindo ao Antigo Testamento a música e o humor refinado que marca a obra, num itinerário heterodoxo, Saramago percorre cidades decadentes e estábulos, palácios de tiranos e campos de batalha, conforme a leitura acompanhamos a uma guerra secular, e de certo modo involuntário, entre criador e criatura. Saramago reinventa o Antigo Testamento.

Por alguns momentos relembrei do deus que a me foi apresentado na minha mocidade. Ao ler o livro ciente de que o Saramago estava reinventando o seu protagonista, com roupagem ao tempo complexa e irônica, cujo tom de farsa da narrativa só faz por acentuar. Munido de ferina veia humorística, Saramago descreve uma estranha guerra entre o homem e o Senhor.

Saramago me levou ao passado, percebi que o deus criado por ele, era o mesmo deus que a mim fora apresentado nos melhores anos de qualquer menina - a sua mocidade. Lendo Saramago, identifiquei o deus carrasco e dominador - se você desviar dos seus caminhos ele te ceifará; o deus egoísta que ficava furioso por saber que além dele, alguém mais ocupava lugar no meu coração; o deus que mim testava ater as últimas conseqüência, só para medir o tamanho da minha fé; o deus que sabia do meu futuro, e mesmo assim me confrontava, permitia situações adversas, contrárias aos seus ensinamentos, desencorajador, e depois me puniria se a sua vontade não fosse soberana em minha vida. Vi e reconheci este deus, tirano, ditador. Quantas vezes eu imaginei Deus, com três coroas, vestes de general e espada desembainhada apontando pra mim!

Confesso que senti um frio na barriga e uma imensa vontade de ter ali os meus mentores de mocidade, os meus mestres, aqueles que eram responsáveis pelo meu crescimento espiritual na minha frente, olharia em seus olhos e diria: Eu os perdoou, por durante quase uma década de minha vida ter sido vivida baseada no medo. Sim, medo!

Durante alguns anos de minha vida servi a um deus tirano e ditador. Tinha medo dos seus castigos e quase sempre não "sabia como me apresentar a Deus." Lembro de uma vez no meio de uma vigília, uma irmã dizer que viu um anjo costurando a abertura da minha saia. Nossa, como aquele serviço do anjo mim custou caro, na época noiva de um cearense cabra macho e cabeça chata, ele me olhava ora com vergonha da "revelação" e com desprezo a minha pessoa. Tive raiva daquele deus, mais uma vez me expunha, me envergonhava, e eu perguntava: o que Deus ganhava?

Os anos passaram e pude pela graça conhecer o verdadeiro Deus. O Deus que é justiça, mais também é puro amor, pois foi capaz de enviar seu único filho, para que numa cruz e por amor salvasse a minha vida e a tantas outras, e que ater hoje encanta, salva, liberta e cura, aleluia!

Mais a menina que serviu ao deus tirano não esqueceu aos mestres, e aos mentores de hoje fica a minha experiência, pois sei que ainda hoje este deus é apresentado a tantas outros nobres irmãos.

O que eles não sabem é que quando se constrói uma fé em um alicerce de medo, não constrói fé, e sim homens e mulheres frágeis e a beira de um deslizamento sem volta.

Assisti o filme O Curioso Caso de Benjamin Button- Eu chorei e vivi. Senti a melodia triste que embalava a tristeza do filme, e as palavras que inventaram poesia num destino contrário ao tempo.

Benjamin não recebe afagos: é inteiramente entregue ao seu caminho torto, obrigado a assumir erro – ou acerto – de tornar-se o que não deveria ser. E persiste em tornar-se. Jovem a cada dia. Diferente e único. Mostrando-se um recém-nascido pleno de sabedoria. Um idoso de contornos delicados, suavemente amando coisinhas pequeninas e desfrutando de um esquecimento sem ressentimentos ou perdas. E sozinho nisso tudo. Também os outros dele se esquecem.

Do velho sábio que já foi. Do pai amigo que se tornou. Do amante, do marido, do namorado, do homem. Sua diferença é notada apenas quando escandaliza. Quando assusta. Depois passa. Tudo passa. Mulher, amada, filho, pai, avô, universidade, e mesmo a última pessoa amada – uma babá.Eu poderia dizer que se trata de uma história sobre solidão. Ou que se trata de um conto sobre a diferença. Sobre o desvanecer da vida no tempo. Sobre o erro do tempo.

Mas penso-o como algo bem mais simples: O Estranho Caso é o caso de um caminho pleno de movimentos e transformações. E esquecimentos. Benjamin mostra que fazer-se é sempre diferenciar-se. Sempre um ato singular e incompreensível. Que se faz intenso no momento do possível. Não é um caso curioso. É o meu caso. O seu caso. O caso de ser sempre diferente entre os iguais. Uma criança outra entre as crianças. Um velho errado entre os velhos. Um marido aflito diante da eternidade de um casamento no qual o amor já não é o mesmo. Um pai que não é o pai que deveria ser, e que se faz a criança que o filho não gostaria de ver. Um filho que sabe mais do que os pais supõem. Um homem que é sempre mais e menos do que a vida exige. Benjamin é além-vida – de para além da vida ele se inventa, corajosamente apostando em seus erros e acertos.

Penso que entre nós, residem muitos Benjamin.

C.S.Lewis deu a razão de sua fé: "Creio em Deus, assim como creio no sol, não somente porque o vejo, mas porque, vendo-o, vejo também com ele todas as outras coisas." Creio em Cristo porque quando o vejo, vejo também todo o restante da realidade.

Sou agora levada ao ano de 2009, em uma pregação do Pastor Ricardo Gondim, cujo tema era -Eu não me envergonho do Evangelho- e dizia que devíamos curar no câncer. Vivemos meio a uma sociedade que proclama que não se deve ter vergonha do evangelho, porém, e ao tempo veste capa de cristão pra sair bem na foto. Levantar bandeira do evangelho da status, experimente. Vivemos no meio de uma sociedade contaminada pelo câncer, e não o trata, pois ser coitadinho da ibope.
E dai? O que aconteceu? Será que perdemos a vergonha, será que iniciamos a cura no câncer?

..."basta olhar a nossa volta e ver que tudo virou utopia..."

A vida, afinal, não se compadece nem afaga. Mas traz a intensidade. Traz a intensidade possível para que nos diferenciemos, pense nisso!

Ahilsa Marques

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Jesus

A Bíblia diz em Lucas 21:27 “Então verão vir o Filho do homem em uma nuvem, com poder e grande glória.”

Oremos: Querido Deus, tentei resolver todos os meus problemas com minhas próprias forças e falhei. Hoje quero entregar minha vida ao Senhor. Peço que seja meu Senhor e meu Salvador. Você é o primeiro e único Poder Superior! Peço que mim ajude a pensar menos em mim e na minha vontade. Submeto minha vontade ao Senhor, dia após dia, procurando Sua orientação e sabedoria para minha vida. Por favor, continue a me ajudar a superar meus traumas, vícios e maus hábitos e que a minha vitória sobre essas coisas possa ajudar outras pessoas que verão Seu poder operando transformação em minha vida através do teu Espírito Santo. Ajude-me a fazer sempre a Sua vontade. Em nome de Jesus.

Sempre penso na volta de Jesus, e dia pós dia, tenho me esforçado para que neste dia, eu Ahilsa Marques, me encontre preparada.

Sou apaixonada por Jesus, dai sempre que ouço o convite: quem quer Jesus,eu preciso me conter, ao contrário minha mão vai as alturas. Mais é devido o meu amor, minha paixão, fico tonta quando não consigo entender porque algumas pessoas se recusam.

No III Simpósio de Capelania, que houve aqui em Fortaleza, o Pastor Gerard Texeira, ele ministrou uma palestra titulada: Terapia com Deus. E ele disse uma frase que brada dentro de mim, quando penso em Jesus. Ele falou: Nós não convidamos as pessoas a aceitar a Jesus e sim a fazer uma "aliança com Jesus".

Voltei pra casa alegre, aliança. Quantos de nós aceitamos fazer uma aliança com Jesus? E quanto de nós estamos honrando este compromisso? Sim, pois aliança representa compromisso, um casamento, uma união entre duas pessoas que na matemática de Deus 1+1=1. E nesta aliança não há interesse próprio, não há decisão unilateral, não há viver isoladamente, sofrer sozinho, mérito meus.

Na aliança, também existe turbulência, tempestade, perdas...mais no final, poderemos dizer como o Apostolo Paulo escreveu em 2Timóteo 4:7 " Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé".

Você pode refletir junto comigo nesta verdade?

Tem uma hino da harpa cristã que diz assim:Breve no céu, Jesus há de aparecer/em gloriosa luz/todos o hão de ver/naquele dia, então, eu hei de receber/de Cristo galardão; oh! que prazer! Breve verei o bom Jesus, e viverei em plena luz/no lindo céu eu gozarei...de tida a dor, por Deus, livre serei. Na vinda do Senhor irei eu receber/do seu eterno amor, repouso e prazer/disso, meu bom Jesus, tem-me falado já/e da celeste luz de Jeová! Na vinda do Senhor desfrutarei prazer/quando meu Salvador em glória aparecer/eis que Ele breve vem,os santos levará/para a mansão de além, donde virá!

Reflita: Como Vai a Tua Vida? (Elen Lara):

Como vai a tua vida? Como vai o teu viver? Como Cristo poderá ajudar você? Teus sentimentos, como vão? Teus pensamentos, onde estão? Como Deus pode ajudar você? A tua vida Deus quer mudar/ Teus sentimentos restaurar/ Só Ele te dará razão para viver/Motivo pra sonhar, pra vencer/Se o teu coração Ele ocupar. Ilusões não mais haverá/Se o primeiro Ele for/ Tudo novo se fará/Pois Deus sempre pronto está/ Pra te ajudar.

E Não esquece:“Então verão vir o Filho do homem em uma nuvem, com poder e grande glória.” Então, esteja preparado para este momento.

E como diria meu big Antonio José (que amo de montão): Sê tu uma benção.

Shalom

Ahilsa Marques

A Segunda Vinda de Jesus

Jesus prometeu aos Seus discípulos que Ele regressaria de novo. A Bíblia diz em João 14:1-3 “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.”
Os anjos prometeram que Jesus viria de novo. A Bíblia diz em Atos 1:10-11 “Estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles apareceram dois varões vestidos de branco, os quais lhes disseram: Varões galileus, por que ficais aí olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi elevado para o céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.”
Como regressará Jesus? A Bíblia diz em Lucas 21:27 “Então verão vir o Filho do homem em uma nuvem, com poder e grande glória.”
Quantos o verão quando Ele vier? A Bíblia diz em Apocalipse 1:7 “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.”
Que veremos e ouviremos quando Ele voltar? A Bíblia diz em 1 Tessalonicenses 4:16-17 “Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.”
Quão visível vai ser a Sua Vinda? A Bíblia diz em Mateus 24:27 “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim será também a vinda do filho do homem.”
Como nos preveniu Jesus para que não sejamos enganados sobre a Sua Segunda Vinda? A Bíblia diz em Mateus 24:23-26 “Se, pois, alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo aí! não acrediteis; porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios; de modo que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que de antemão vo-lo tenho dito. Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto; não saiais; ou: Eis que ele está no interior da casa; não acrediteis.”
Alguém sabe a hora exata da Sua vinda? A Bíblia diz em Mateus 24:36 “Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai.”
Sabendo quão humano é adiar tudo, que nos diz Cristo que devemos fazer? A Bíblia diz em Mateus 24:42 “Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor.”
Como nos preveniu Jesus para que não sejamos surprendidos por este acontecimento? A Bíblia diz em Lucas 21:34-36 “Olhai por vós mesmos; não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e aquele dia vos sobrevenha de improviso como um laço. Porque há de vir sobre todos os que habitam na face da terra. Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que hão de acontecer, e estar em pé na presença do Filho do homem.”
Porquê que Jesus está demorando tanto? A Bíblia diz em 2 Pedro 3:8-9 “Mas vós, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se.”
Enquanto esperamos por Jesus, como devemos viver a nossa vida? A Bíblia diz em Tito 2:11-14 “Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos, para que, renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos no presente mundo sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, que se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo todo seu, zeloso de boas obras.”
Como estará o mundo quando Jesus regressar? A Bíblia diz em Mateus 24:37-39 “Pois como foi dito nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos; assim será também a vinda do Filho do homem.”
Será a Vinda de Cristo uma altura para recompensas? A Bíblia diz em Mateus 16:27 “Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então retribuirá a cada um segundo as suas obras.” A Bíblia diz em Apocalipse 22:12 “Quem é injusto, faça injustiça ainda: e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, santifique-se ainda.”
Porquê Jesus regressará? A Bíblia diz em Hebreus 9:28 “Assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.”
Na Segunda Vinda de Cristo, finalmente teremos a completa realidade da nossa salvação. A Bíblia diz em 1 Coríntios 1:7-8 “De maneira que nenhum dom vos falta, enquanto aguardais a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual também vos confirmará até o fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo.”

Poema do amigo aprendiz

Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...

Pe. Zezinho

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Paradoxo do Nosso Tempo

Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos
rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde,
acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV
demais e raramente estamos com Deus.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.

Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos
freqüentemente.

Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos
à nossa vida e não vida aos nossos anos.

Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a
rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas
não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo,
mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos
menos; planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais
informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos
comunicamos cada vez menos.

Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta;
do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e
relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas
chiques e lares despedaçados.

Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral
descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das
pílulas 'mágicas'.

Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na
dispensa.

Uma era que leva essa carta a você, e uma era que lhe
permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar
'delete'.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas
não estarão aqui para sempre.


Por isso, valorize sua familia e as pessoas que estão ao
seu lado, sempre!!!!!


Paradoxo do Nosso Tempo/ George Carlin

Quando temos tudo que queremos



Sabe aquela sensação de plenitude, de sentir-se completo? De repente acordar e perceber que não precisamos de nada nem ninguém para ser felizes? Experimentar aquele sentimento interno de que o universo basta. O pôr do sol, o céu, as nuvens, estrelas, a terra, a lua, o calor, a natureza, o respirar e inspirar... Suspirar! Isso tudo somos NÓS?

Sim! Especialmente quando nos permitimos viver com esse propósito parte de um algo muito maior. Maior do que qualquer relação que possamos sequer sonhar... Deixamos de ser parte para nos tornar um TODO. Passamos a viver como se ESTAR fosse igual a SER... Bem, é possível! Saiba que sim.

Há vida, sim, dentro de qualquer relacionamento e antes ou depois de qualquer relação. De qualquer rompimento. Somos verdadeiramente mais quando nos permitimos simplesmente existir. E, nesses momentos, SER será sempre mais que TER.

Quando pensamos que TEMOS o outro enlouquecemos por um amor não sadio. Escravizamo-nos e passamos a não querer incomodar. Não poder aparecer. Não poder existir... Tornamo-nos quase invisíveis e até porque não insensíveis... Deixamos de apreciar a vida para apreciar a outro. Incrível e triste.

Quantos de nós não agimos assim o foco no outro. O amor desbalanceado e pronto! Estamos lá sem nada. Famintos, desesperados, esperando por um tipo de alimentação que, infelizmente, não tem como vir de fora. Não tem como vir da fonte que escolhemos e (imaginamos) sem a qual não existiremos...


Anulação

Então, quando assim, nessa situação de quase total anulação, não há céu, não há sol, não há nuvens, não há nada no entorno que nos toque... Nada ao redor que possa nos inspirar e tirar do "marasmo"...

Fica, então, a pergunta: o que é melhor? Morrer de amor? Ver-se em uma situação limite de não existir para encontrar uma história ou abster-se desse mundo complexo das relações e contemplar o mar, a areia, o azul, a imensidão que está a nossa volta?

Quero crer que nem tanto céu, nem tanta terra... O caminho é sempre mesmo: o caminho do meio, o equilíbrio. Aquele que nos permite viver e amar. Viver toda a plenitude e, mesmo sabendo-se completos,encontrar espaço e tempo para também incluir o outro.


Acordado(a)

Para fazer isso, é preciso permanecer acordados, presentes, donos dos nossos sonhos, desejos e objetivos. Estar com outro sem perder o sentido do SER. Ser melhor a cada dia que passa. Ser único porque assim viemos. Estar no relacionamento e viver a vida. Aproveitar com ou sem o outro cada novo amanhecer. Manter-nos, afinal, abertos ao milagre da vida. Às possibilidades, às oportunidades, permanecer com a auto-estima elevada. O espírito leve. A alma quieta... Relacionamentos fazem parte não são em si TUDO.

Quando o tomou doril a dor sumiu...não é bem assim

Na vida nem sempre vale o “tomou doril, a dor sumiu”.


O retrato instantâneo do cotidiano me remete a refletir sobre algo muito sério.

Vivemos numa sociedade de gratificações instantâneas: dietas que prometem emagrecer 4kg em uma semana, bastando tomar aquele chá; café, leite, sopas e macarrão instantâneos – do congelador para o microondas e para a mesa em 3 minutos; dinheiro instantâneo no caixa eletrônico e até almoçar fora é praticamente instantâneo com os restaurantes self service!

Então, não é de se admirar que muitos de nós estejamos procurando uma resposta instantânea para todos nossos problemas.

Mas restauração de fragilidades emocionais e falhas de caráter decorrentes de traumas vividos no passado distante ou recente, perdas afetivas não resolvidas, envolvimento em relacionamentos disfuncionais não tem como serem resolvidas instantaneamente. Leva tempo consertar uma vida toda de danos; não existem soluções imediatas, do tipo “tomou doril e a dor sumiu”. Mudar leva tempo. Exige paciência. Restauração é um processo.

Compreendi que se nos pararmos de esperar alívio instantâneo, poderemos passar a encarar a nossa restauração como um processo, feito de muitos “um dia de cada vez”. É um processo educativo, durante o qual teremos que desaprender maus hábitos e aprender novas atitudes, comportamentos sadios, a manter relacionamentos íntegros e saudáveis e, principalmente, aprender a esperar em Deus, o que certamente nos traz grandes recompensas. Isso nos permite permanecer calmos e confiantes, mesmo quando parece que não estamos alcançando nenhum progresso em nossa restauração. Ele nos dá forças para que não desanimemos e desistamos. Ao desenvolvermos fé paciente em Deus, agüentaremos firmes até final da corrida, sem jogar a toalha.

Para o quê você está buscando uma resposta instantânea? Como a procura de respostas instantâneas tem agravado seus problemas? Para o quê você está precisando esperar e confiar na ajuda de Deus?


O Senhor é bom para todos os que confiam nele. O melhor é ter esperança e aguardar em silêncio a ajuda do Senhor. (Lamentações 3:25,26).

Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais Ele fará. (Salmos 37:4).


Deus abençoe sua vida!

Ahilsa Marques

Quero ser mais humana!

Andei refletindo sobre como estou vivendo, enquanto humana e vejam no que resultou/ descobri uma beleza e profundidade riquíssimas. Compartilho com vocês , desejo que leiam, e se assim não acontecer, que também possam começar agora o que a pouco tempo eu o fiz:


É curioso como, com o passar dos anos e o aproximar da velhice, nossos valores mudam. Posições que ambicionávamos, conquistas que valorizávamos e pessoas que nos impressionavam, perdem seus encantos. Vamos fechando portas atrás de nós, para euforias juvenis e idealismos inconseqüentes. Já não invejamos o triunfo dos insolentes ou o sucesso dos ufanistas. Hoje, ainda sem ser velha, já consigo sentir indiferença para os sonhos mirabolantes dos messiânicos. Confesso que perdi, inclusive, à vontade de ter a última palavra sobre qualquer assunto e não me empolgo com debates que só dão uma falsa sensação de prestígio.


Esse processo começou, quando enfrentei uma crise, nos meus trinta e seta longos anos de minha vida. A própria consciência de que estava chegando na meia idade, me fez desistir de querer ser heroína, conquistadora, eleita especial ou semideusa. E de lá para cá, caminho cada vez mais consciente, que muito dos meus esforços lendo, estudando, trabalhando, madrugando e virando noites, para “não perder tempo”, eram vaidade e correr atrás do vento, lembro-me de que quando menina costumava dizer que três coisas eu não iria fazer: nada contra corrente, corrrer na frente de um trem e esperar por quem não vêm. Quando mulher, percebi que por várias vezes, foi tudo o que mais eu soube fazer. Olho para trás e percebo que não foi de minhas poucas conquistas ou dos reconhecimentos humanos, que obtive meus melhores contentamentos. Vieram do amor de minha família e de amigos verdadeiros; gente que não temia partilhar o mesmo jugo que eu.


Assim, fiz alguns ajustes. Redirecionei minha leitura bíblica. Mais do que saber os detalhes exegéticos ou técnicos ansiei que a Palavra me levasse a uma relação mais íntima com Deus. Reli a Bíblia de capa a capa, procurando o coração paterno de Deus. Dialoguei com pessoas que tratam da Espiritualidade Clássica. Recompus minha vida devocional. Aprendi sobre oração contemplativa e redescobri a meditação bíblica. Devorei alguns clássicos como “A Imitação de Cristo” de Tomás de Kempis, “A Volta do Filho Pródigo” de Henry Nowen, “A Montanha dos Sete Patamares” de Thomas Merton e o “Schabat” de Abraham Joshua Heschel. Eles e outros se tornaram meu mentor nessa nova busca interior.


Talvez, a maior descoberta que faço, nesse tempo de angustia e busca de minha vida, é que minha maior vocação é tornar-me mais humana. Desejo aprender a ser generosa e serena. Almejo rir, risos contagiantes; quero amar coisas simples e contemplar mais a natureza; saber me deliciar com arte; brincar com crianças, ler poemas e ouvir a melhor música. Preciso ser mais empática com o pobre, acolher o perdido e dar minha mão para o abandonado.


Nessa jornada espiritual, perdi o medo de me desnudar e mostrar vulnerabilidade. Outrora, eu temia a censura daqueles que poderiam se escandalizar com minha fragilidade. Tentei, muitas vezes, impressionar as pessoas com discursos valentes, quando, insegura, por muitas e muitas vezes em silencio total eu pedia que Deus segurasse minha mão, por acreditar que se eu ousasse segurar a dele, certamente eu a soltaria, mais o meu Deus jamais largaria a minha mão, por maior dor eu causasse. Receava que algum psicólogo detectasse disfuncionalidades em mim. Acreditava que, se alguém diagnosticasse meu envolvimento no evangelho como uma fuga, perderia toda credibilidade. Evitava contatos íntimos, para que as pessoas não notassem que eu não era tão “resolvida”, como demonstrava.


Na mitologia grega as sereias eram criaturas de extraordinária beleza e de uma sensualidade irresistível. Quando cantavam, atraíam os navegantes que não conseguiam pelejar contra seu poder de sedução. Obcecados por aquela melodia sobrenatural, os pilotos arremessavam seus navios contra as rochas da ilha, naufragavam, e as sereias devoravam os tripulantes. Os gregos relatam que apenas dois conseguiram vencer o encanto de inimigas tão terríveis. Orfeu, o deus mitológico da música e da poesia, encontrou um recurso. Quando sua embarcação aproximou-se de onde estavam as sereias, ele salvou seus parceiros, tocando uma música ainda mais doce e envolvente do que aquela que vinha da ilha. A outra solução foi encontrada por Ulisses. O herói da Odisséia não possuía talentos artísticos. Sem dons, sabia que não venceria as sereias. Reconhecido de sua fraqueza e falibilidade, concebeu outro plano. No momento em que sua embarcação começasse a se aproximar da ilha sinistra, mandaria que todos os homens tapassem os ouvidos com cera e que o amarrassem ao mastro do navio. Depois que encarou sua fraqueza e incapacidade de enfrentar as armadilhas das sereias, rumou para a ilha conforme o plano. Do mesmo modo, deu ordem aos tripulantes: mesmo que implorasse para que o soltassem, as cordas deveriam ser apertadas ainda mais. Quando chegou a hora, Ulisses foi seduzido pelas sereias como previra, mas seus marinheiros não o libertaram. Quase louco, pedindo para ser solto, passou incólume pelo perigo. O relato mitológico termina afirmando que as sereias, decepcionadas por haverem sido derrotadas por um simples mortal, afogaram-se no mar. O que salvou Ulisses não foi a percepção de sua superioridade, mas a consciência de sua fragilidade. Ele não tentou enganar a si mesmo. Eu também não quero me iludir com os meus dotes órficos. Dependerei que meus amigos me amarrem aos mastros para não ceder aos cantos sirênicos...


Assim, descanso. Sinto-me livre para afirmar que ainda estou em construção. Sou um projeto inacabado e não escamotearei minhas ambigüidades. Agora, quando me sentir cansada, terei liberdade de desabafar como Jesus: “Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei com vocês? Até quando terei que suportá-los?”. (Mateus 17.17) Quando precisar lamentar, lamentarei, igual a ele, quando, triste e angustiado, disse: “A minha alma está cheia de tristeza até a morte”. (Mateus 26.37). Quando tiver vontade de rir, rirei e dançarei de alegria.


Hoje, já não me importo de parecer incoerente ou politicamente incorreta. Dizem que os pensamentos dos anciões tendem ao enrijecimento e que os velhos resistem mudar de opinião. Busco não me engessar, apegada às minhas velhas idéias e indiferente às novas. Quero seguir o exemplo de Jesus que, em nome da vida, não temeu contradizer as rígidas normas religiosas – Mateus 12.2-7; não respeitou os preconceitos sociais, quando conversou com prostitutas e acolheu gentios – Marcos 7.24-30; não teve receios de voltar atrás em sua palavra, para atender uma mulher siro-fenícia – Marcos 7.24-30. Permanecerei alerta para não me tornar uma dogmática e facciosa; cega por minha obstinação.

Recuso encarnar o personagem de Álvaro de Campo (heterônimo de Fernando Pessoa) no poema “A Tabacaria”. A experiência do poeta foi acordar do próprio passado, como um pesadelo e perceber que perdeu contato com a sua própria alma. Viveu uma mentira da qual não pôde escapar. Perdido de si mesmo, não se encontrou mais.


“Vivi, estudei, amei, e até cri,

E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu...

Fiz de mim o que não soube,

E o que podia fazer de mim não o fiz.

O dominó que vesti era errado.

Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.

Quando quis tirar a máscara,

Estava pegada à cara.

Quando a tirei e me vi no espelho,

Já tinha envelhecido “.


Anseio por uma humanidade não fingida, que não tenta transformar a mensagem do evangelho em um espelho mágico, que fala o que desejo ouvir. Lerei a Bíblia também contra mim. Permitirei que, como espada, ela penetre no mais profundo de meu ser, discernindo, inclusive, as intenções nebulosas de meu coração.

Atenderei a admoestação do profeta Miquéias (6.8): “Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus”. Acredito que vem dele, minha teimosia de acreditar que não precisamos esperar morrer para começar a viver. E como passamos rapidamente, sugiro que comecemos já.



Soli Deo Gloria.

Ahilsa Marques